
Dandelion-Nita-Pexels
A urgência de nos ligarmos ao natural.
Ao primário.
Ao instinto.
Ás nossas antepassadas.
Ás bruxas e ás pioneiras.
Esta cena da maternidade num mundo agitado e nervoso de hoje em dia mete-me muitas vezes a pensar.
Então e como era antes?
Como é que criavam as crianças? Elas sobreviviam, é verdade.
Digo, quem realmente se dedicava aos miúdos.
Como é que o faziam quando tinham que fazer as tarefas diárias, as mesmas coisas todos os dias? Como nós.
Onde é que os punham e como os entretinham, estimulavam, brincavam?
Quando nem sequer havia água nas torneiras, nem gaz no fogão! Todas as coisas que nos facilitam a vida hoje em dia e nos fazem ter mais tempo? (Ahahaha… ou nem por isso).
Bom, tenho que ir pesquisar se quero saber exactamente como seria.
Mas de uma coisa tenho a certeza, estas Mães não tinham um trabalho das 8:30 às 17:30 e uma hora de almoço das 12:30 às 13:30!
Não tinham que ir meter os miúdos na escola ( formato caixa ).
E as crianças não estavam presas e organizadas por idades desde quando ainda nem sabiam gatinhar.
Quero imaginar que os levavam com elas para os campos, que os deixavam lá, debaixo de olho, mas deixando-os explorar.
Deixavam-os subir às árvores, apanhar bichinhos esgravatando com um pauzito. Arrancariam as cenouras pelas ramagens e comiam-nas mesmo ali lavadas num regato.
Aprendiam a andar sobre todos os tipos de piso e aprendiam a subir nos galhos das árvores mais altas. Exploravam com a curiosidade que lhes é pertinente, e iriam questionando as Mães, sobre para onde iriam aqueles pássaros a voar todos juntos, ou como apareciam as maçãs nas árvores, ou porque eram vermelhas e assim se passaria o tempo.
Sempre ocupado, mas a respeitar o tempo de cada coisa.
O tempo de semear, o tempo de cuidar, o tempo de colher, e assim para tudo.
E cada dia na sua pacatez seria diferente.
E assim cresciam os pequenos, junto das Mães e dos Pais.
Felizes, digo eu.
Então pensando bem, devíamos olhar para trás, imaginar como seria e adaptar.
Tentar simplificar um bocado mais.
Ligarmo-nos mais à Natureza, ao Tempo que passa lento, a sair se o Sol nasceu ou a recolher se o Sol se pôs.
Dar ás Crianças o tempo e o espaço que precisam.
Abrandar…
Dar-lhes a sensação que já não temos, em que o tempo não se sente a passar.
Respeitar os ciclos e o seu ritmo e deixá-los explorar.
É urgente tirá-los das imensas caixas que os empacotam.
Das quais nós já cá estamos e que parece que até estamos confortáveis, porque seguir o que já se conhece não dá trabalho.
Até ao dia que questionámos, questionámos porque a caixa começa a ficar apertada para todos os sonhos que temos.
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